O
nosso 1º Grupo de Combate, comandado pelo Madureira, foi destacado para uma
permanência alongada na Vila de Teixeira de Sousa, junto à fronteira com o
Zaire, e términus, em território angolano, da linha-férrea do CFB – Caminho de
Ferro de Benguela.
No
dia 31 de outubro de 1970, portanto, a pouco mais de seis meses da data do fim
da Comissão, recebemos, na Companhia, uma notícia arrasadora: um Soldado nosso
tinha morrido. “Quem é?”, pergunta
generalizada. “É o Coradinho!”,
correu célere a triste e abaladora informação.
Não resistiu à pressão acumulada, foi logo posto a circular. Foi um
choque terrível em todos os Camaradas.
O Coradinho |
De
seu nome Joaquim dos Santos Jesus Rodrigues, do Bombarral, em cujo Cemitério jaz, homem
calado, disciplinado e de uma educação invulgar, muito afável no trato.
Inúmeras vezes pronunciei, em voz alta, a sua verdadeira “graça”, na
distribuição do Correio, em formatura.
A
população da Vila de Teixeira de Sousa apareceu em massa no seu funeral local,
em sua homenagem. Posteriormente o corpo seguiu o seu destino para Luanda rumo
à terra que o viu nascer. Repousa em paz, Grande Camarada! Foi e é o desejo dos
que contigo conviveram!
Teixeira de Sousa, agora denominada Luau |
Chegados
os seus pertences à BTR, sede improvisada da Companhia, houve necessidade de
elaborar o respetivo Auto a fim de o seu espólio ser remetido para a família.
Tarefa objeto de muita reflexão e de muita apreensão, pois nenhum de nós
consegue avaliar, à partida, o seu limite de resistência física e,
principalmente, psicológica.
Todos ficámos muito combalidos pela partida do nosso
Companheiro desta Viagem de Juventude … mas a Guerra, a nossa Guerra, tinha que
continuar porque, para o dia 8 de maio de 1971, ainda faltavam 189 dias …Carlos Jorge Mota
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