Zarpámos
em plena noite, sem antes nos despedirmos, com uma olhadela curiosa, ainda de
dia, ao navio Império, que tinha
também acabado de levar tropas e que aguardava a saída do Vera Cruz a fim de acostar para início das operações de
carregamento.
Navio Império |
As luzes do Cais de Luanda, já bem longe |
Embora
cansados, conservámo-nos na amurada até deixarmos de ver totalmente Angola. E,
com a linha do horizonte a evidenciar a curvatura do planeta, já em pleno
alto-mar, era impossível dormir, com toda aquela azáfama. Bagagem de mão bem arrumada
no Camarote, o Bar do navio era o poiso de toda a “maralha”, alguns começando a
sua dose diária de bebedeira, reforçada ao momento por razões óbvias, ou por contentamento
indisfarçável ou por confusão mental súbita fruto do balanceamento do que
deixam e da nova e inesperada vida que vão encontrar … lá longe.
Rasto da velocidade de 21 nós |
O
Vera Cruz, tal como o Império, o Uíge, o Niassa, o Índia e
o Pátria, penso que não me falha mais
nenhum outro, eram navios que estavam fretados para transporte de tropas,
portanto, tinham os seus porões adaptados com beliches feitos em madeira para
acomodação das Praças. Tive que me deslocar lá uma vez, por razões de Serviço à
Companhia, e verifiquei as condições paupérrimas em que o pessoal viajava,
acrescida do facto perturbador da alta pressão atmosférica a que os corpos se
sujeitavam, porquanto se encontravam abaixo da linha-de-água.
Como
é normal nas viagens marítimas, são dadas instruções aos passageiros sobre o
procedimento a adotar em caso de emergência, com a indicação da baleeira que
lhes está destinada, e há sempre uma ou mais ocasiões, a decidir aleatoriamente
pelo Comandante de Bandeira (neste caso, porque transportava tropas) ou pelo
Comandante do Navio, para um exercício súbito e inesperado. As Praças, ao apito
do navio para esse efeito, tinham mais dificuldade em chegar prontamente ao
convés, não só pelo local onde se encontravam mas também pela sua maior
quantidade. Havia que procurar controlar toda esta dificultosa situação, por
razões do foro militar e de obrigação naval.
Uma bela tarde, em pleno Golfo da Guiné, vemos um navio mercante em rota de colisão com o nosso. Nada percebíamos de Leis Marítimas, mas fomos informados que aquele barco teria que dar passagem ao Vera Cruz e ser ele a desviar a sua rota, o que não fez. Não se conseguia vislumbrar vivalma e estivemos muito perto dele. Parece que viria em Piloto Automático, foi-me dito, depois, por um Oficial de Bordo. Óbvio que o piloto do nosso barco é que teve de guinar para a direita e fazer um círculo completo, retomando depois o rumo.
Passámos ao largo de São Tomé e Príncipe, da Guiné, depois Cabo Verde e seguíamos o nosso destino para Lisboa, quando nos chega a informação que aportaríamos primeiro ao Funchal. E Porquê? Exatamente porque tínhamos partido atrasados de Luanda decorrente das 12 horas gastas pelo Vera Cruz na sua paragem aquando da ida. É que o tempo é controlado ao máximo para efeito de articulação com outros fatores. Levávamos a bordo duas Companhias de Caçadores Independentes cuja Unidade Mobilizadora era um Quartel de Ponta Delgada. Estava previsto o seu desembarque em Lisboa e simultâneo transbordo para outro navio cujo percurso é a triangulação dos Arquipélagos da Madeira e dos Açores. A fim de se evitar o atraso de saída desse barco o Vera Cruz foi descarregar essas Companhias ao Funchal que ficaram a aguardar a chegada do tal outro para posterior embarque para o seu efetivo destino. Esta alteração proporcionou-nos a oportunidade de conhecer a Ilha da Madeira, pois tivemos autorização de saída. Em grupos, alugámos um carro e percorremos aquela maravilhosa Pérola do Atlântico, como a cantava o grande Max.
Uma bela tarde, em pleno Golfo da Guiné, vemos um navio mercante em rota de colisão com o nosso. Nada percebíamos de Leis Marítimas, mas fomos informados que aquele barco teria que dar passagem ao Vera Cruz e ser ele a desviar a sua rota, o que não fez. Não se conseguia vislumbrar vivalma e estivemos muito perto dele. Parece que viria em Piloto Automático, foi-me dito, depois, por um Oficial de Bordo. Óbvio que o piloto do nosso barco é que teve de guinar para a direita e fazer um círculo completo, retomando depois o rumo.
Passámos ao largo de São Tomé e Príncipe, da Guiné, depois Cabo Verde e seguíamos o nosso destino para Lisboa, quando nos chega a informação que aportaríamos primeiro ao Funchal. E Porquê? Exatamente porque tínhamos partido atrasados de Luanda decorrente das 12 horas gastas pelo Vera Cruz na sua paragem aquando da ida. É que o tempo é controlado ao máximo para efeito de articulação com outros fatores. Levávamos a bordo duas Companhias de Caçadores Independentes cuja Unidade Mobilizadora era um Quartel de Ponta Delgada. Estava previsto o seu desembarque em Lisboa e simultâneo transbordo para outro navio cujo percurso é a triangulação dos Arquipélagos da Madeira e dos Açores. A fim de se evitar o atraso de saída desse barco o Vera Cruz foi descarregar essas Companhias ao Funchal que ficaram a aguardar a chegada do tal outro para posterior embarque para o seu efetivo destino. Esta alteração proporcionou-nos a oportunidade de conhecer a Ilha da Madeira, pois tivemos autorização de saída. Em grupos, alugámos um carro e percorremos aquela maravilhosa Pérola do Atlântico, como a cantava o grande Max.
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